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autores: António Cunha, data: 4 October 2018

Equilíbrio e Moderação

Equilíbrio e Moderação

Vamos primeiro abordar a parte da variedade. Nós, seres humanos, desejamos ter variedade. Evoluímos historicamente em ambientes com uma enorme variedade de alimentos vegetais, insetos e criaturas selvagens na terra e no mar. O impulso para consumirmos a partir deste ambiente comestível foi a maneira da natureza garantir que as nossas necessidades nutricionais fossem alcançadas.

Nos dias de hoje, continuamos a ter esta necessidade. Continuaria tudo perfeito se ainda nos alimentássemos apenas de plantas comestíveis e animais selvagens. Mas não é isso que acontece. Temos à nossa disposição uma série de escolhas alimentares. Nem todas boas. Os estudos mostram que quanto mais opções tivermos, mais comemos. Assim sendo, uma maior variedade pode levar a que siga uma alimentação saudável - mas isso só acontecerá se restringir as suas opções apenas a alimentos saudáveis.

Geralmente, moderação significa não comer demais, mas aplica-se especialmente às calorias vazias adicionais, como gorduras, doces e álcool. Algumas pessoas praticam a moderação muito bem. Conseguem ter uma embalagem de bolachas no armário, por exemplo, sem perder o controlo e consumir tudo de uma só vez.

Mas para outros, o conceito de comer apenas uma bolacha é completamente estranho. Uma bolacha levará sempre a outra, e a mais outra. Para estas pessoas, moderar o consumo pode ser algo que nunca venha a acontecer, sendo preferível evitar a tentação não comprando bolachas de todo.

Então, existem maus alimentos ou apenas más dietas? Na minha opinião, acho que há um pouco de ambos. Eu tenho a minha própria lista de alimentos que considero que "maus", e é provável que no seu caso aconteça o mesmo. A opção de consumirmos esses alimentos, ou o grau de frequência com que o fazemos, é, claro, uma decisão pessoal. Mas se juntar demasiados alimentos maus no prato, terá uma dieta desequilibrada.

Por isso, deve-se esforçar por alimentar-se o melhor possível, sempre que possível. A variedade deve vir, na sua maior parte, de um conjunto de alimentos saudáveis. A questão do equilíbrio deve centrar-se menos “na luta” de contrabalançar alimentos "maus” com "bons", e mais no esforço em obter o equilíbrio de nutrientes certos. Isso significa dar ao corpo os elementos necessários para que se mantenha saudável: proteínas magras, boas fontes de hidratos de carbono (como fruta, legumes e cereais integrais), e quantidades moderadas de gorduras boas.

Isto não quer dizer que não possa exceder-se de vez em quando. A moderação é provavelmente a parte mais difícil da mensagem de “variedade, equilíbrio e controlo” a pôr em prática. É difícil optar apenas por aquilo de que precisa, quando há tantas tentações *a disposição.

Susan Bowerman é nutricionista e Diretora de Formação Nutricional na Herbalife.

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